Folia de Reis no interior paulista

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Folia de Reis

uma tradição preservada no interior paulista

As Folias de Reis manifestam a religiosidade e a criatividade dos indivíduos que nela se encontram para cultuar a vida e o divino, reconhecendo ofertas compartilhadas e graças alcançadas pela intervenção dos Santos Reis. Em meio às dificuldades e alegrias vivenciadas ou herdadas no passado e presente, esses indivíduos, em comunidade, vem compondo a história da celebração com suas memórias, versos, ritmos, cores, personagens, objetos e ações diversas. 

No Brasil as Folias de Reis também podem ser identificadas como Reis, Reisados, Ternos de Reis, entre outras nomenclaturas que denotam suas especificidades (locais, regionais) e universalidades culturais.
O ponto comum identificado na literatura acerca da temática, assim como pelos praticantes da celebração estudada, porém, traduz-se na sua fundamentação religiosa, pautada no episódio sobre a Natalidade de Jesus. Esta narrativa bíblica, que se encontra no Evangelho de Mateus (Fonte: BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2019, p. 1703), localiza os Magos (posteriormente conhecidos como Três Reis Magos, Santos Reis etc.) como os primeiros a visitaram o recém-nascido, adorando-o e reconhecendo a sua divindade. 

Assim, nos giros/jornadas, momento ritualístico onde se encena tal história, seus praticantes se responsabilizam não só por semearem os significados do festejo entre as casas e locais por eles visitados, mas por arrecadarem prendas (dinheiro, alimentos e/ou bebidas, ofertadas aos Santos por outros devotos) posteriormente convertidas em uma grande confraternização final (Festas de Chegada ou de Encontro de Bandeiras), geralmente feita entre os dias 25 de dezembro (Natal) e 6 de janeiro (dia de Reis). 

Sobre o surgimento da bandeira e dos grupos que a praticam, por sua vez, costuma-se explicá-los a partir do pedido e pagamento de um voto com os Santos Reis. Nesse aspecto, um (a) devoto (a), também conhecido (a) no interior paulista como festeiro (a), cria uma bandeira e se responsabiliza por fazer a festa conforme sua promessa. Para isso, conta com a colaboração de outros (as) devotos (as) que o ajudam a cumprir a chamada missão, responsabilizando-se, parte deles, pela peregrinação que encena a supracitada narrativa bíblica. Já a outra parte, responsabiliza-se por realizar a busca das prendas ofertadas (atividade realizada pelos catadores de prenda), assim como para cozinhar os alimentos (atividade realizada pelos mestres de cozinha, cozinheiros/as), decorar o espaço festivo (atividade realizada pelos decoradoras e rezadoras) etc.

O grupo que peregrina é particularmente formado por: foliões guiados pela bandeira e por um mestre/embaixador que lidera músicos (contramestre, tala, contratala, contrato, tipe, contratipe e gritinho/grito) na cantoria que explica os significados, personagens, objetos e memórias da festa; palhaços/bastiões vestidos com fardas coloridas, máscaras e espadas (personagens que representam os soldados arrependidos de Herodes); e bandeireiro (a) responsável por carregar a bandeira, assim como para entregá-la para os/as devotos/as que a recebem. Ao percorrerem ruas e visitarem casas, comércios, igrejas, câmaras municipais, praças etc., este grupo passa então a ser identificado pela bandeira, objeto simbólico que materializa a presença dos Santos Reis na celebração, bem como a devoção (individual e coletiva) daqueles que se reúnem para fazê-la. Nesse sentido, também são chamados de Bandeira, Companhia ou Batalhão de Reis.

Sobre o surgimento da devoção nos Santos Reis e celebração das Folias de Reis no Brasil, o referencial bibliográfico o menciona junto à chegada de europeus no contexto da colonização da América portuguesa, a partir do século XVI. E já no interior do estado de São Paulo (ver cartografia cultural – Figura 1), mais precisamente na mesorregião de Assis (ver cartografia cultural – Figura 2), a criação do festejo foi identificada nos fins do século XIX e início do século XX, momento em que os devotos/foliões rememoram a chegada dos seus familiares ao local (sobretudo, migrantes mineiros), associando a partir desse passado pessoal e pela força da manifestação cultural nos municípios e no presente, sua criação e manutenção há tempos. 

Desse modo, a percepção dos detentores sobre a devoção e festa na longa duração (seja da sua invenção associada ao caráter religioso; seja da sua criação por um antigo devoto, em um remoto bairro rural do município onde ela ainda é celebrada), leva-os a identificá-la como uma tradição a qual são pertencentes, autorizando-os na condução e responsabilidade de preservá-la.
Uma missão que se revela em novas ações, como no caso da realização da festa fora do seu calendário habitual (Ex.: em Ourinhos/SP ela é realizada entre os meses de maio e julho) ou da criação de eventos (Ex.: em Palmital/SP existe leilão de gado, programa de rádio, missas e terços de Santos Reis) e entidades (Ex.: em Florínea/SP e Palmital/SP existem Associações festivas), que ajudam no seu financiamento e divulgação. E o fato de pesquisas como a nossa estarem dialogando com esse público festivo, vivenciando suas celebrações e conhecendo melhor suas histórias e características, é entendido como motivo de valorização e prestígio da sua tradição. Muitos sinalizaram ao longo dos estudos desenvolvidos no interior paulista, por exemplo, que este trabalho acadêmico poderia levá-los a ter mais reconhecimento em outros espaços e localidades, e isso seria importante pois a festa, muitos disseram: “a festa não pode morrer”.

Textos em destaque

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Rafaela Sales Goulart
Tese (Doutorado em História), UNESP/Assis, 2023


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Rafaela Sales Goulart
Dissertação (Mestrado em História), UNESP/Assis, 2016

Meu encontro

com a pesquisa
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Rafaela Sales Goulart

Doutora em História pela UNESP/Assis

Desde a infância observava Folias de Reis na minha cidade natal, Tarumã (SP), mas fui compreender a importância dessa manifestação presente no interior paulista, quando passei a estudá-la e a vivenciá-la a partir de 2012. Assim, o encontro com meu objeto de pesquisa, ou melhor, com os agentes que o constituem, garantiu-me um olhar sensível sobre suas especificidades e importância na história social. Isso me afetou. Passei a refletir sobre o papel da religiosidade, bem como das ações criativas que alimentam a memória e o patrimônio cultural brasileiro.

Currículo
Professora de História. Doutora em História/UNESP
rafa_historia@hotmail.com

Vídeos

Reconhecendo as Folias de Reis paulistas
Entre 2012 e 2022 foram observadas Folias de Reis presentes no interior paulista, mais especificamente na mesorregião de Assis (SP), local onde se estudou a memória e a história dos seguintes grupos: Companhias de Reis Flor do Vale de Florínea (Florínea-SP), Bandeira de Reis do Bairro do Ribeirão Grande (Ourinhos-SP), Companhia de Reis Água das Anhumas (Palmital-SP), Companhia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr. (Palmital-SP) e Companhia de Reis Três Ilhas (Palmital-SP). Essa trajetória de pesquisa possibilitou o levantamento de um amplo arsenal documental acerca da celebração, sendo dele filtrados audiovisuais que pretendem registrar e divulgar algumas das suas particularidades, sobretudo no que diz respeito aos componentes e performances que integram sua ritualística ao longo dos giros/jornadas.

Saudação ao Presépio da Bandeira do Bairro do Ribeirão Grande – Ourinhos (SP)

Ao longo dos giros/jornadas (também chamados de romaria, em Ourinhos/SP), ao depararem-se com um Presépio, os grupos precisam saudá-lo, cantando versos que remetem aos fundamentos religiosos da celebração. No caso do vídeo divulgado, a Saudação ao Presépio (também chamado de Presépio ou Declamado) já é realizada na ocasião de saída Bandeira do Bairro do Ribeirão Grande – Ourinhos (SP), realizada em jantar que inaugura a festividade no local. Nas imagens também é possível visualizar a performance dos palhaços diante do Presépio. Como eles representam os soldados arrependidos de Herodes, precisam ajoelhar-se diante da imagem de Jesus, José e Maria (presentes no Presépio), retirando suas máscaras em ato simbólico.

Performance da meia-lua e cantoria de chegada da bandeira da Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP)

A performance da meia-lua é muito comum nas Folias de Reis. Ela encena a ajuda que os Três Reis Magos/Santos Reis (bandeira) e os soldados arrependidos de Herodes (palhaços) teriam dado à Jesus, José e Maria, na sua viagem de fuga para o Egito. Assim, trata-se de uma performance criada e reinventada a partir da devoção nos Santos Reis e da tradição oral que compõe tal celebração. Ademais, o vídeo também demonstra uma bela canção versada por jovens mestres e foliões/foliãs da Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP), em ocasião de chegada da bandeira em um almoço oferecido por família devota. 

Mestre Paulão e a Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP) cantam a saída da bandeira

Complementando o vídeo anterior, este registro divulga cantoria de saída da bandeira de um almoço vivenciado em giro/jornada da Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP). Da ocasião, é interessante destacar que o mestre é substituído, algo comumente aceito pelos grupos estudados no interior paulista, pois ajuda na recuperação e descanso dos demais cantores. Vale dizer que os giros/jornadas das Folias de Reis de Palmital ocorrem ao longo de 13/14 dias, sendo que, neles, os foliões trabalham para suas respectivas bandeiras, cerca de 12 horas diárias. 

(Atores sociais em seus endereços)

Bandeiras/Companhias de Santos Reis de Florínea (Florínea-SP)
Bandeiras/Companhias de Santos Reis de Florínea (Florínea-SP)
A Folia de Reis de Florínea é composta por duas Bandeiras/Companhias. A Bandeira nº 1 foi fundada em 1932, por Sebastião Alves de Oliveira. Já a de nº 2 data o ano de 1933, sendo José Inacio e João Inácio os seus fundadores. A associação dos nomes dos grupos junto ao de Florínea, todavia, ficou comum a partir da década de 1970-80, momento em que muitos foliões migraram para o município, trazendo consigo à prática das Folias de Reis. Em 2013, as Bandeiras juntaram-se para criar a Associação Folclórica de Reis Flor do Vale de Florínea, órgão que desde então gerencia e preserva a celebração no município. Cada grupo possui hoje cerca de 25 a 30 integrantes (capitães, mestres, contramestres, contratos, talas, contratalas, contratinhos, gritinhos, palhaços/bastiões, bandeireiros) responsáveis por viajarem pela região de Florínea (cada um com seu destino) entre 25 de janeiro e 6 de dezembro, sendo nesse último dia realizada a festa de encontro das bandeiras no Parque de Tradições do município.
Bandeira de Reis do Bairro do Ribeirão Grande (Ourinhos-SP)
Bandeira de Reis do Bairro do Ribeirão Grande (Ourinhos-SP)
A Bandeira de Reis do Bairro do Ribeirão Grande – Ourinhos/SP foi fundada pelos mineiros Custódio Manuel da Palma e Maria Avelia, no final do século XIX. Segundo as memórias, desde então os Palmas preservam o costume de se celebrar os Reis em Ribeirão Grande (bairro rural de Ourinhos) e há mais de quatro gerações. Daí o nome pelo qual passou-se a identificar tal Bandeira e festividade no local. Hoje o grupo comporta cerca de 10 a 15 foliões (festeiro, mestre/maestro, ajudante/contramestre, contrato/contralto/contratão, contratinho, tala, talinha, grito/fininho, bandeireiro, palhaços/bastiões, catadores de prendas) que fazem as Folias de Reis entre os meses de maio e julho.
Companhia de Reis Água das Anhumas (Palmital-SP)
Companhia de Reis Água das Anhumas (Palmital-SP)
A Companhia de Reis Água das Anhumas (Palmital – SP) data o final da década de 1950, momento em que José Delfino da Silva (Zé Emídio) e sua esposa, Francisca Dias da Silva (dona Chica), fundaram-na como promessa aos Santos Reis. A bandeira que leva o nome do bairro rural onde foi criada, está hoje sob os cuidados das filhas, genro e netos dos festeiros, havendo bisnetos que já contribuem com a sua circulação ao longo da celebração, bem como com a preservação de sua memória. Além dos familiares, a Companhia compreende amigos e demais devotos que somam, atualmente, cerca de 40 a 80 pessoas, sendo 20 a 25 delas, responsáveis por cumprir as funções de bandeireiros, mestres/embaixadores, contratos/contraltos, contratinhos, talas, contratalas, gritos, palhaços/bastiões, gerentes, escrivão, motorista, puxadores de prendas. Ademais, a Cia apresenta um subgrupo identificado como Estrelas de Maria, formado por mulheres (adultas, adolescentes e crianças) que cantam e tocam instrumentos musicais. Assim como nas demais Cias de Palmital, o giro das Anhumas ocorre entre 25 de dezembro e o 7/8 de janeiro, aproximadamente. A arrecadação feita pelos grupos é somada para a festa de encontro das bandeiras, realizada no segundo sábado após 6 de janeiro. Vale dizer que alguns integrantes desse grupo foram responsáveis pela criação da Associação de Manutenção das Tradições Culturais de Palmital-SP, em 2017. Este órgão, que possui filiados das três Cias de Palmital, desde então contribui ativamente na preservação das Folias de Reis no município.
Companhia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr. (Palmital-SP)
Companhia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr. (Palmital-SP)
A bandeira da Cia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr. (Palmital-SP) foi fundada em 1949, pelos mineiros Angelino Alves, dona Chica (antigos festeiros) e Silo (antigo embaixador), no bairro rural Água do Pau d’Alho, em Palmital-SP. A tradição da festa foi mantida entre as gerações da família, destacando-se em sua história a participação do mestre violeiro Adão Faceiro, o qual depois de acometido por doença, passou o comando da bandeira para seus sobrinhos, Valdeci Faceiro (atual gerente) e Kaique Faceiro (atual embaixador/mestre). A Cia conta hoje com cerca de 20 a 25 membros que realizam os giros da bandeira, somando entre seus acompanhantes o número aproximado de 80 pessoas. Este grupo é muito conhecido na mesorregião de Assis (SP), em razão da sua ativa participação nas festas de Santos Reis de Salto Grande, Ribeirão Grande, Ribeirão do Sul, por exemplo. Ademais, apresenta um grande número de jovens (mulheres e homens) que cantam e tocam na celebração.
Companhia de Reis Três Ilhas (Palmital-SP)
Companhia de Reis Três Ilhas (Palmital-SP)
Imagem: Rei Santos. Não se sabe a data exata da fundação da bandeira dos Monteiros, a qual teria gestado a tradição de celebrar os Reis entre os atuais membros da Cia da Água das Três Ilhas. Mas assume-se que ela já existia antes da década de 1950, momento em que José Elias Filho (o Zé do Povo, mestre por muitos anos na Cia) passa a frequentá-la. Diferente da história das outras Cias de Palmital, a Cia das Três Ilhas não possui uma única memória familiar, geracional. Ela perpassou a história dos Monteiros, dos Elias, dos Andrades, dos Souza, dos Oliveira, entre outras famílias que migraram para os bairros rurais de Palmital no início do século XX, do leste do estado de São Paulo. O grupo é atualmente gerenciado por Antônio Anastácio de Andrade (o Tonho do Loro) e Valter Benedito de Oliveira (o Pê Mariano), sendo composto por cerca de 20 a 25 pessoas (músicos e demais integrantes), somando 44 e 72 participantes que acompanham a sua bandeira nos giros.

Outros Vídeos

Relacionados aos municípios do interior de São Paulo

Aqui será possível visualizar mais vídeos e áudios sobre as Folias de Reis presentes em Ourinhos (SP) e Palmital (SP). Os documentos foram produzidos com a finalidade de registrar como os detentores a manifestam e a vivenciam durante o seu calendário cultural. Destaca-se no material, os personagens, elementos e as narrativas do festejo.

Mestre Arnaldo cantando mistérios em terço na saída da bandeira do Bairro do Ribeirão Grande – Ourinhos (SP)
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Nos cerimoniais de saída e de chegada da Bandeira do Bairro do Ribeirão Grande – Ourinhos (SP) é comum seus foliões realizarem terços. A oração é liderada por rezadeiras, sendo os mistérios cantados pelo grupo de foliões.
Músicos cantam em casa de devota na romaria (também conhecida como giro/jornada) da Bandeira do Bairro do Ribeirão Grande – Ourinhos (SP).
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No vídeo é possível visualizar a interlocução entre o personagem palhaço, a devota proprietária da casa visitada e o mestre da Bandeira. O palhaço, também conhecido como bastião, torna-se o responsável pelo pedido das ofertas e por repassar o que foi arrecadado para o mestre, o qual deve improvisar sua cantoria em cima do que lhe foi informado. Nesse sentido, há várias rodadas de canto, as quais só se sessam quando o palhaço informa que não há mais arrecadação e, assim, o mestre pode entoar canto de despedida.

Estrelas de Maria, grupo pertencente à Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP) cantam o Bendito para louvar a mesa de alimentos servido por devotos.
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Basicamente formado por mulheres (de variadas faixas etárias), as Estrelas de Maria foram uma invenção da Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP), visto a forte presença feminina neste e em outros grupos de Folias de Reis presentes no município. Na celebração, e particularmente nos giros/jornadas da citada Cia, as Estrelas de Maria se tornaram as responsáveis por louvar os alimentos servidos ao grupo por devotos(as). Para isso, elas reúnem-se no entorno da mesa de refeições e cantam o Bendito.
A dança do palhaço da Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP). Palmital (SP)
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O vídeo se foca no ritmo dos pisoteados realizados por palhaço da Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP). Ao longo dos giros/jornadas, diz ser necessária a presença de dois ou três palhaços (que representam os soldados arrependidos de Herodes). No entanto, quando a ocasião é um almoço/jantar ou mesmo a festa de encerramento do cerimonial, costumam aparecer muitos desses personagens. Alguns deles se vestem como tal em razão de estarem pagando promessas, ou mesmo para divertirem-se e animarem tais momentos que também são palco para sociabilidades.
Narração do encontro das bandeiras e Companhias na Festa de Santos Reis de Palmital (SP)
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Nesse áudio é possível acompanhar toda a narração da celebração do encontro das bandeiras e Companhias na Festa de Santos Reis de Palmital (SP). Ela foi realizada por Tê Biondi, mestre de cerimônias (função notada especificamente em Palmital) da celebração.

Áudio da cantoria de despedida da bandeira e Companhia de Reis Três Ilhas de Palmital (SP) da Festa de Santos Reis de Palmital (SP)
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Áudio da cantoria de despedida da bandeira e Companhia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr. de Palmital (SP) da Festa de Santos Reis de Palmital (SP). Palmital (SP)
Áudio da cantoria de despedida da bandeira e Companhia de Reis Anhumas de Palmital (SP) da Festa de Santos Reis de Palmital (SP)
 

Imagens de

um patrimônio

As imagens desta seção retratam aspectos gerais das Folias de Reis produzidas pelas:  Companhias de Reis Flor do Vale de Florínea (Florínea-SP), Bandeira de Reis do Bairro do Ribeirão Grande (Ourinhos-SP), Companhia de Reis Água das Anhumas (Palmital-SP), Companhia de Reis Família Faceiros e Faceiros Jr. (Palmital-SP) e Companhia de Reis Três Ilhas (Palmital-SP). Através da experiência de pesquisa com esses grupos, sobretudo, a partir de 2019, foi possível registrar ainda outras manifestações da celebração em municípios da mesorregião de Assis (SP). Desse modo, as fotografias aqui disponibilizadas surgiram dos trabalhos de campo da pesquisadora, principalmente quando se constatou que grande parte dos foliões pertencentes à Ourinhos (SP) e Palmital (SP), protagonizavam também as cantorias realizadas nos giros/jornadas dos grupos existentes em Salto Grande (SP), São Pedro do Turvo e Ribeirão do Sul (SP). Esse fato pode sinalizar certo enfraquecimento das festividades em determinados municípios paulistas, ao passo em que demonstra algumas ações dos próprios detentores das Folias de Reis na reorganização local de suas práticas culturais.

fonte: 
Acervo de pesquisa da observadora Rafaela Goulart

Cartografia das Folias Reis

no interior do estado de São Paulo

O mapa de identificação de Folias de Reis em municípios do Estado de São Paulo foi elaborado através do software QGIS 3.24 1-Tisler e a partir dos resultados obtidos em Revisão Sistemática de Literatura (RSL), realizada no artigo “Um mapa das Folias de Reis do Estado de São Paulo: notas preliminares sobre o processo de reconhecimento de um patrimônio cultural imaterial do Brasil”. Nessa pesquisa realizada em 2022, cujo a base de dados foi o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, filtrou-se 12 teses e dissertações datadas entre 1999 e 2021 e que se referiam especificamente a Folias de Reis paulistas. No Brasil, no entanto, verificou-se 153 trabalhos acadêmicos sobre a celebração a partir de 1987. 

As perguntas centrais da RSL foram: quantos estudos acadêmicos investigaram as Folias de Reis no Estado de São Paulo? Quando, onde e como eles abordaram a temática? E como as reconheceram e as caracterizaram nos locais de sua identificação? Já a ideia de construção do estudo e do mapa, por sua vez, surgiu da escassez de informações que até então se tinha a esse respeito no estado de São Paulo; e particularmente no que diz respeito à identificação/divulgação da manifestação na mesorregião de Assis (SP), local de pesquisa da autora. Ademais, seus resultados podem contribuir ao reconhecimento das Folias de Reis do Estado de São Paulo, processo que tramita no IPHAN desde 2020. 

Mapa de identificação de Folias de Reis em municípios do Estado de São Paulo e Mapa de localização de Folias de Reis manifestadas em municípios da mesorregião de Assis (SP)

Figura 1: Mapa de identificação de Folias de Reis em municípios do Estado de São Paulo.
Fonte: Este mapeamento é resultante de um artigo científico aprovado para publicação na Revista Fênix (2024), o qual é resultante de um estudo cujo método foi o de Revisão Sistemática de Literatura.
Figura 2: Mapa de localização de Folias de Reis manifestadas em municípios da mesorregião de Assis, estado de São Paulo.
Fonte: Foi elaborado durante a pesquisa de doutorado da autora, cujo método principal foi a história oral. Tal mapeamento foi possível sobretudo através de informações obtidas em entrevistas realizadas com os detentores do bem cultural e mediante participação nas festas do local, entre os anos de 2018 e 2022. 

Calendário

Quando e onde.
Nesta seção estão os calendários das Folias das cidades mapeadas durante pesquisa de campo

Dezembro

25

Natal e início das Folias de Reis

26

Início do giro/jornada das Companhias

Início do giro/jornada das Companhias que costumam acontecer até a primeira semana de janeiro em Florínea e Palmital, duas das cidades onde foi feito trabalho de campo.

Florínea (SP)

25 de dezembro: Natal e início da Folia de Reis em Florínea

25/12 (Natal) – Início da Folia de Reis em Florínea: 12:00 a 17:00 – Encontro das Companhias (Bandeiras 1 e 2) e “saída das bandeiras” da casa do(a) festeiro(a) para o giro/jornada; 26/12 a 04/01 – 08:00 a 23:00 – Giro/jornada das Companhias pela região de Florínea; 05/01 e 06/01 – qualquer horário do dia ou da noite – Trabalho voluntário para o preparo da comida e do lugar da festa (Parque de Tradições de Florínea - SP); 06/01 – Encerramento: Festa de Encontro das Bandeiras no Parque de Tradições de Florínea – SP (Localização pelo Google Maps: https://goo.gl/maps/xG2ksrwUhvSZF67P8 . Acesso: 26 jul. 2023): A partir de 08:00 – Café da manhã; 09:00 – Missa na Gruta/Presépio; 10:00 às 13:30 – Almoço; 12:00 às 13:30 – Encontro dos foliões nos pontos de pouso e saída das Companhias rumo ao Parque de Tradições; 14:00 – Encontro das bandeiras; 16:00 às 17:00 – Reza do terço na Gruta/Presépio; 17:00 às 18:00 – Coroação de novos festeiros (as); A partir de 18:00 – Jantar.

Palmital (SP)

Data a combinar com os párocos locais – missa de envio das Bandeiras de Igreja de Palmital; 25/12 (Natal) – Início da Folia de Reis em Palmital

A partir das 12:00 – Encontro das Companhias e de suas respectivas bandeiras em casas distintas (normalmente de casas de devotos onde as bandeiras costumam pousar ao longo do ano, ou mesmo das casas daqueles que pagam sua promessa recebendo os grupos para tal) e início do giro/jornada; 26/12 a 31/12 e de 02/01 a 06 ou 07/01 – 08:00 a 23:00 (aprox.) – Giro/jornada das Companhias por Palmital e região; De 06/01 ao segundo sábado após essa data – qualquer horário do dia ou da noite – Trabalho voluntário para o preparo da comida e do lugar da festa (Estância de Santos Reis de Palmital - SP); Segundo sábado após o dia 06/01 – Encerramento: Festa de Encontro das Bandeiras na Estância de Santos Reis de Palmital – SP (Localização pelo Google Maps: https://goo.gl/maps/U8mHWAfGvH91LfZ18. Acesso: 26 jul. 2023); A partir de 09:00 – Missa; 10:00 às 14:00 (aprox.) – Apresentações culturais e almoço; 14:00 a 16:00 – Encontro das bandeiras; 16:00 a 19:00 – Jantar. Geralmente no final do mês de fevereiro – 12 às 18 horas – Leilão de Gado da Festa de Santos Reis de Palmital.

Ourinhos (SP)

Sábado posterior ao Dia das Mães, no mês de maio – início da Folia de Reis em Ourinhos

A partir das 18:00 – Jantar de saída da bandeira do Centro Comunitário do Bairro de Ribeirão Grande para o giro/jornada; Sábados e eventuais domingos dos meses de maio, junho e julho – 09:00 a 17:00 (aprox.) – Giro/jornada das Companhias por Ourinhos e região; Penúltimo sábado do mês de julho – a partir das 17:00 – Entrega da bandeira no Centro Comunitário do Bairro de Ribeirão Grande; Último sábado do mês de julho – Encerramento: Festa de Encontro das Bandeiras no Centro Comunitário do Bairro de Ribeirão Grande – SP; A partir de 09:00 – Missa; 10:00 às 15:00 (aprox.) – Apresentações de Companhias no Presépio e Almoço; 15:00 às 17:00 – Saída de procissão da Capela do Bairro de Ribeirão Grande ao Centro Comunitário do Bairro de Ribeirão Grande e cerimonial de coroação dos novos festeiros (as) do ano; A partir das 18:00 – Jantar e baile.

Sem data fixa

As festas de (Santos) Reis de Salto Grande (SP) e Ribeirão do Sul (SP) não possuem datas fixas, mas normalmente são realizadas em algum dos sábados dos meses de janeiro e fevereiro, sendo suas jornadas (giros) iniciadas entre os meses de setembro e novembro (finais de semana). Nesse aspecto, os grupos procuram combinar as datas para que as mesmas não ocorram no mesmo dia.
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Referências

para pesquisa

Entre as variadas referências sobre Folias de Reis no Brasil, selecionou-se aqui a produção intelectual da observadora, bem como teses e dissertações que se delimitaram a estudar a celebração no interior paulista. Ademais, foram disponibilizadas bibliografias que abrangem pesquisas sobre o bem cultural em outros territórios e estados, além de referências que abordam aspectos específicos da devoção nos Santos Reis fora da realidade brasileira.

GOULART, Rafaela Sales. Sentidos da Folia de Reis de Florínea (SP): memória,
identidade e patrimônio (1993-2013). 2016. 242f. Dissertação (Mestrado em História). Faculdade de Ciências e Letras de Assis, Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho, Assis-SP, 2016.
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/141520

GOULART, Rafaela Sales. Sentidos da folia de reis: um estudo da memória e da identidade da celebração popular em Florínea. São Paulo, Alameda Casa Editorial, 2018.

GOULART, Rafaela Sales. Tradição como missão: história da preservação da memória e identidade
das Folias de Reis em Ourinhos e Palmital (SP). 2023. 365f. Tese – (Doutorado em
História) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista - Júlio de
Mesquita Filho, Assis, 2023.
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/239098


CASSIANO, Célia Maria. Memórias itinerantes - Um estudo sobre a recriação das folias de reis de Campinas. 1999. Dissertação (Mestrado em Multimeios). Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, 1999, p. 223.

TEIXEIRA, Ivan Manoel Ribeiro. O Território de Santos Reis: um estudo de caso na cidade de Santa Bárbara d’Oeste – SP. 2006. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara – SP, 2008, p. 137.

KODAMA, Katia Maria Roberto de Oliveira. Iconografia como processo comunicacional da Folia de Reis: o avatar das culturas subalternas. 2009. Tese (Ciências da Comunicação). Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 2009, p. 299.

FIGUEIREDO, William Bezerra. Performance e símbolo: uma análise da Folia de Reis. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião). Faculdade de Humanidades e Direito, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do
Campo-SP, 2013, p. 129.

GORZONI, Priscila de Paula. Os mascarados das folias de reis: uma análise das máscaras da companhia Santa Cecília, de São Caetano do Sul, no ABCD, e da Companhia da Serraria, de São Tomé das Letras, no Sul de Minas Gerais (2009 - 2012)2013. Dissertação (Mestrado em História Social). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo-SP, 2013, p. 165.

LOURENÇO, Aliny Cristina. A Folia de Reis de São José do Barreiro: recurso cultural brasileiro São Paulo. Dissertação (Mestrado em Estética e História da Arte). 2014. Programa Interunidades de Pós-Graduação em Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, 2014, p. 127.

VICTORASSO, Pedro Henrique. A Folia de Reis da Companhia de Reis Fernandes
em Olímpia/São Paulo (1964-2014): entre o sagrado e o profano. Dissertação
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