Jongo no Sudeste

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Um legado centro-africano:

Patrimônio familiar e luta antirracista no Sudeste

Em 2005, o Jongo no Sudeste foi registrado como patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por reivindicação de comunidades jongueiras. O registro resultou do processo de articulação das comunidades e de valorização do Jongo/Caxambu nos Encontros de Jongueiros e na Rede de Memória do Jongo, criados respectivamente nos anos de 1996 e de 2000.

Em 2008, por decisão das comunidades jongueiras, a articulação das ações de salvaguarda do Jongo no Sudeste se materializou no Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, sediado na Universidade Federal Fluminense, em uma parceria entre comunidades, IPHAN e universidade, que se manteve por três convênios e durou até o ano de 2013. A partir de então, as ações de salvaguarda foram articuladas por comunidades e universidade, por meio do Proext, programa de extensão da Secretaria de Ensino Superior do Ministério da Educação. Em 2010, em um evento do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu realizado em Vassouras/RJ, a Noite do Jongo, foi articulada a Rede de Jovens Lideranças Jongueiras, materializada a partir de 2012, por meio de encontros presenciais regulares viabilizados pelo Proext/MEC/SESu. Em 2016, o programa foi extinto, mas a articulação entre universidade e comunidades permanece por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão, mesmo que com recursos demasiadamente reduzidos.

Em 2015, o projeto “Passados Presentes”, também aqui referenciado, possibilitou o desenvolvimento de ações de turismo de memória de base comunitária em três comunidades jongueiras e quilombolas integrantes do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, a comunidade do Quilombo São José da Serra (Valença/RJ), a comunidade do Quilombo de Pinheiral (Pinheiral/RJ) e a comunidade do Quilombo Santa Rita do Bracuí (Angra dos Reis/RJ). As três recebem visitas de escolas e de universidades e contam com roteiros de turismo de memória elaborados pelas próprias comunidades. Todas as referências e contatos serão indicados para quem tenha interesse em realizar as visitas.

As trocas de experiências e diálogos intensificados nas ações de salvaguarda por mais de uma década permitiram às famílias e às comunidades jongueiras potencializar com novas dinâmicas aquilo que fazem secularmente e que mantém o jongo vivo até os dias de hoje: seus processos de articulação e de resistência. Cada comunidade, a seu modo, segue dando continuidade às ações de salvaguarda do Jongo no Sudeste.

o Jongo foi registrado como uma forma de expressão de comunidades negras do Sudeste, formadas por descendentes de africanos escravizados.

No estado do Espírito Santo, o trabalho com comunidades jongueiras vem sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Espírito Santo, por meio de grupos de pesquisa e de extensão, como o programa “Jongos e Caxambus: culturas afro-brasileiras no Espírito Santo”, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e  ao NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros). O estado conta com grande número de comunidades jongueiras. 

Por seus fundamentos, valores ancestrais e pela história de seus detentores, o Jongo foi registrado como uma forma de expressão de comunidades negras do Sudeste, formadas por descendentes de africanos escravizados. Nos terreiros das antigas fazendas de café,  jongos eram cantados e dançados ao ritmo da percussão de tambores e cumpriam várias funções: reverência aos ancestrais, religiosidade, comunicação, crônica crítica do cotidiano, diversão, desafio, entre outras. Após o fim da escravidão, o caráter coletivo e o poder de articulação dos jongos (versos chamados de pontos) mantinham uma rede de comunicação entre jongueiros, fortaleciam os laços familiares e as ações antirracistas. Das antigas fazendas de café, os jongos e os jongueiros migraram também para pequenas e grandes cidades do Sudeste e mantêm, até hoje, uma forte ligação com as escolas de samba.

Há referências da presença do Jongo no Sudeste desde meados do século XIX, quando a população escravizada em grande maioria vinha da África Central.  O interesse mais sistemático dos primeiros pesquisadores, em geral folcloristas, músicos e literatos, pode ser registrado nas primeiras décadas do século XX.  Em suas avaliações, o Jongo estaria fadado ao desaparecimento em função da morte dos últimos africanos, da urbanização e das políticas repressoras e discriminatórias.  Enganaram-se! O Jongo e os jongueiros resistiram.  Ao longo do século XX, famílias de jongueiros souberam mantê-lo vivo como um patrimônio herdado e reconstruído em meio às difíceis condições de vida. A partir de mobilizações dos movimentos culturais negros, das ações afirmativas e políticas de apoio ao patrimônio imaterial, comunidades negras jongueiras começaram a ganhar visibilidade, fortalecendo suas formas de organização, articulação, resistência e luta antirracista. Em algumas regiões o Jongo é conhecido como Caxambu.

Textos em destaque

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Martha Abreu e Hebe Mattos |  Artelogie

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Martha Abreu e Hebe Mattos | Folha Seca / Cecult

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14ª Reunião de Articulação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu

Nosso encontro

com a pesquisa
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Elaine Monteiro

Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu e Professora da UFF

Elaine Monteiro coordena o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, programa de extensão, ensino e pesquisa desenvolvido com comunidades jongueiras e quilombolas da região sudeste que articula sujeitos e ações para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Integra o Laboratório de Educação e Patrimônio Cultural (LABOEP), o grupo de pesquisa Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI), o Laboratório de Imagem Documental em Educação (LIDE) e o grupo Encontro de Saberes da/na UFF.

Currículo

Elaine Monteiro coordena o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, programa de extensão, ensino e pesquisa desenvolvido com comunidades jongueiras e quilombolas da região sudeste que articula sujeitos e ações para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. Integra o Laboratório de Educação e Patrimônio Cultural (LABOEP), o grupo de pesquisa Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI), o Laboratório de Imagem Documental em Educação (LIDE) e o grupo Encontro de Saberes da/na UFF.

elainemonteiro@id.uff.br
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Martha Abreu

Professora do Programa de Pós Graduação em História e do Mestrado Profissional em Ensino de História da UFF

Martha Campos Abreu é pesquisadora do CNPq. Especialista em História da Diáspora Africana nas Américas e no Brasil, desenvolvendo trabalhos sobre cultura popular, música negra, patrimônio cultural, pós-abolição, memória da escravidão e relações raciais, séculos XIX e XX – pesquisa e ensino de História. Realiza projetos ligados à História pública da escravidão. Coordena, com Hebe Mattos e Keila Grinberg, o projeto Passados Presentes: memória da escravidão no Brasil. É consultora do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu e do Museu Casa do Pontal.

Currículo

Martha Campos Abreu é pesquisadora do CNPq. Especialista em História da Diáspora Africana nas Américas e no Brasil, desenvolvendo trabalhos sobre cultura popular, música negra, patrimônio cultural, pós-abolição, memória da escravidão e relações raciais, séculos XIX e XX – pesquisa e ensino de História. Realiza projetos ligados à História pública da escravidão. Coordena, com Hebe Mattos e Keila Grinberg, o projeto Passados Presentes: memória da escravidão no Brasil. É consultora do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu e do Museu Casa do Pontal.

marthacabreu@gmail.com

Vídeos

Detentores comunicam seus modos de existência
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Como metodologia de trabalho, o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu adotou o registro audiovisual de todas as suas ações. Tal iniciativa só foi possível pela parceria com o Observatório Jovem, grupo de pesquisa e extensão da Faculdade de Educação da UFF. A parceria resultou na criação do LIDE (Laboratório de Imagem Documental em Educação), um laboratório de imagem multiuso que conta com o apoio valioso de graduados e graduandos dos cursos de Cinema e Audiovisual, Estudos de Mídia, Produção Cultural e Pedagogia da UFF. Todos os filmes disponibilizados nesta seção foram realizados a partir do acervo do LIDE e da iniciativa de estudantes e de jovens lideranças jongueiras que, de forma autônoma, conseguiram aprovação em um edital “Rumos”, do Itaú Cultural, para a realização de oficinas de audiovisual que viabilizaram alguns dos filmes editados pela Rede de Jovens Lideranças Jongueiras. A coordenação de todo o trabalho de registro, organização do acervo e edição de imagens do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu é do cineasta Luciano Dayrell.
Jongo e Patrimônio
Mestre Cacalo
Mestre Manoel Seabra
Dia municipal do Jongo em Pinheiral
Mestre Enéas do Nascimento
E na roda de jongo que o mundo gira
Jongo tem Marafunda
Cambaleio e vou andando

Outros Vídeos

Relacionados
Os vídeos disponibilizados nesta seção são resultado dos trabalhos de pesquisa realizados, desde 2005, pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF), pelo projeto Passados Presentes, pelo Observatório Jovem da UFF, pelo Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, pelo Laboratório de Imagem Documental em Educação (LIDE/UFF) e pela Rede de Jovens Lideranças Jongueiras (Edital Rumos Itaú Cultural).  Os vídeos apresentam narrativas e argumentos relacionados à história do jongo e dos jongueiros. Reconstroem memórias do tráfico, da escravidão, do pós-abolição e das lutas antirracistas no tempo presente.
Memórias do Cativeiro (2005, direção de Guilherme Fernandez e Isabel Castro) é a primeira experiência fílmica de Hebe Mattos e Martha Abreu (direção acadêmica), com roteiro baseado no livro "Memórias do Cativeiro: família, trabalho e cidadania no pós-abolição" de Ana Lugão Rios e Hebe Mattos. 
O filme Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, memória e poesia é um documentário historiográfico constituído a partir do acervo UFF Petrobrás Cultural Memória e Música Negra. Destina-se também a finalidades didáticas, no âmbito das Diretrizas Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, publicadas em 2004. 
"Passados Presentes: memória negra no sul fluminense" coloca em destaque a vigorosa tradição oral de descendentes de escravizados nos antigos domínios da família Souza Breves na região sul do estado do Rio de Janeiro (Bracuí e Pinheiral), que protege do esquecimento informações sobre o tráfico ilegal de africanos e sobre experiências de antepassados cativos e libertos.
Há vinte anos o Quilombo de São José da Serra vem lutando pela conquista da terra, de uma área que foi vendida de "porteira fechada" proibindo o acesso aos quilombolas. Hoje, 30/04/2015, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, decidiu pela imissão provisória de uma área de 159 hectares em favor da comunidade. Os moradores comemoram e vivem algo novo, que os mais jovens não chegaram a conhecer, a liberdade em seu território.
Deram nossa liberdade mas não deram nosso direito.
A UFF, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e com comunidades jongueiras da região sudeste, articula, desde 2007, no Programa de Pesquisa e Extensão Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, ações de salvaguarda do Jongo no Sudeste, registrado, em 2005, como Patrimônio Cultural do Brasil.
O filme debate as políticas voltadas para o Patrimônio Imaterial, a partir da experiência de diversos grupos culturais, os quais se reconhecem em suas matrizes africanas. É fruto da participação do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu no I Seminário de Patrimônio Cultural Imaterial como parte de uma das atividades da 2º Reunião de Articulação de Jovens Lideranças Jongueiras.
Reunião de articulação de jovens lideranças jongueiras que aconteceu em julho de 2014, em parceria com o Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu.
O 13º Encontro de Jongueiros aconteceu em São José dos Campos, SP, em dezembro de 2014. Tal evento tem grande importância na história das comunidades jongueiras do sudeste, por ser o catalisador do reconhecimento do Jongo como Patrimônio Cultural do Brasil, título que recebeu em 2005. 
Mestra Mãe Zeferina
Jongo - Patrimônio Negro na Universidade
Patrimônio Negro e Universidade – 2016
Patrimônio Negro e Universidade - Rede de Jovens Lideranças Jongueiras – Parte 1
Patrimônio Negro e Universidade - Rede de Jovens Lideranças Jongueiras - Parte 2
Patrimônio Negro e Universidade - Pontos e Toques
Patrimônio Negro e Universidade - Bens de Matriz Africana
TAC - Termo de Ajuste de Conduta da Fazenda Santa Eufrásia

Outros Vídeos

Relacionados à Região Sudeste

Nesta seção foram reunidos vídeos de instituições e de pesquisadores/as parceiros/as que desenvolveram produção audiovisual sobre o Jongo no Sudeste, demonstrando o interesse de diferentes áreas do conhecimento, como história, antropologia, música, educação e cinema.

O filme Versos e Cacetes: O jogo do pau na cultura afro-fluminense (Direção de Matthias Röhrig Assunção & Hebe Mattos) documenta o jogo do pau e sua inserção na cultura afro-fluminense de algumas áreas rurais do estado do Rio de Janeiro: os municípios de Valença, Vassouras, Duas Barras e Miracema. 
Documentário sobre a comunidade jongueira de Pinheiral, localizada no estado do Rio de Janeiro. Um documentário de Pedro Simonard.

O Jongo na Serrinha. Um tributo a Mestre Darcy. Direção: Beatriz Paiva.

Cultne registrou com imagens e edição de Alexandre Dias e Filó Filho a festa do Jongo realizado em 2011 no Cordão do Bola Preta. O Jongo da Serrinha sob o comando da jongueira Tia Maria do Jongo, acompanhada pelo grupo Razões Africanas encantou os presentes com as tradições africanas.
Filme "Salve Jongo" (sobre o Jongo na Serrinha). Um vídeo de Pedro Simonard.
O Jongo, a sua origem e sua presença na cultura brasileira é tema do Expedições. O programa vai até a comunidade da Serrinha, em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, conhecer o principal território jongueiro urbano do Brasil.
Produzido no âmbito do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Jongo no Espírito Santo, realizado entre 2013 e 2014 – através da contratação da empresa Têmporis e com o acompanhamento técnico da Superintendência do IPHAN no Espírito Santo.
Documentário produzido durante a 5º MoVA Caparaó - Mostra Capixaba de Audiovisual Ambiental por estudantes do município de Alegre - ES. 2008
O Jongo no Sudeste é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Foi inscrito no Livro das Formas de Expressão em 2005. Produzido pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Integra o processo de registro do Jongo como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Ao longo do processo de Registro, comunidades manifestaram o desejo de participar da discussão: jongo de Campos, tambor da Fazenda Machadinha em Quissamã e jongo de Porciúncula (RJ), jongo de São José dos Campos (SP), jongo de Carangola (MG) e de Presidente Kennedy (ES). Produzido pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Integra o processo de registro do Jongo como Patrimônio Cultural Brasileiro.
História de Teresa Benta da Silva. 
DIREÇÃO GERAL: Pedro Sol
Pesquisa e Roteiro: Spirito Santo. 
 

Imagens da

salvaguarda

A coletânea de imagens faz parte do acervo do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, apresenta registros de algumas entre tantas ações desenvolvidas entre 2008 e 2015, período em que a salvaguarda do Jongo no Sudeste foi desenvolvida pelo Pontão como programa de extensão, ensino e pesquisa da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. O arquivo está disponibilizado em PDF e destaca a metodologia participativa de pesquisa no processo de construção da salvaguarda do Jongo do Sudeste.

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Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu

Cartografia

Cultural

No mapa apresentado constam as comunidades integrantes do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu. Há, no entanto, um número maior de comunidades jongueiras, em especial no Estado do Espírito Santo, que podem ser identificadas por meio do programa “Jongos e Caxambus: culturas afro-brasileiras no Espírito Santo”, da UFES, cujas fontes encontram-se nas referências de pesquisa.



REGIÃO SUDESTE:
Distribuição Regional dos Territórios Jongueiros

fonte e mais informações detalhadas:
http://www.pontaojongo.uff.br/territorio-jongueiro

Calendário

Quando e onde.
O calendário registra festejos e celebrações nas comunidades integrantes do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu. Há meses, como maio, junho e novembro, celebrados em praticamente todas as comunidades. Em tais casos, foi mantida a opção de registro das celebrações em cada comunidade, com a repetição da data e a indicação da celebração e da comunidade onde a mesma acontece.

Janeiro

6

Dia dos Santos Reis (Caxambu de Miracema/RJ)

20

Tirada do Mastro de São Benedito (Jongo de São Benedito, São Matheus/ES)

Março

Terceiro domingo do mês: Feijoada das Marias do Jongo (Jongo Dito Ribeiro, Campinas/SP)

Maio

Todas as comunidades jongueiras festejam o Dia 13 de maio, seja como celebração da Abolição, ou como celebração da Libertação ou como celebração da Ancestralidade Negra (Dia dos Pretos Velhos)

13
Neste dia, são comemoradas a Festa da Libertação (Jongo Sementes D’África, Barra do Piraí/RJ), a Festa Tradicional do Caxambu – Preto Velho (Caxambu de Miracema/RJ), a Festa do 13 de Maio (Caxambu de Santo Antônio de Pádua/RJ; Caxambu Renascer de Vassouras/RJ), o Dia dos Pretos Velhos (Jongo Dito Ribeiro, Campinas/SP; Jongo de Pinheiral/RJ; Jongo da Serrinha, Madureira/RJ; Jongo do Quilombo São José da Serra, Valença/RJ), a Marcha contra o Racismo e o Preconceito (Jongo de Piquete/SP), o aniversário de fundação da Associação Cultural Quilombolas do Tamandaré – Guaratinguetá/SP (criada em 2006); a Feijoada da Velha Rita (Caxambu da Velha Rita, Cachoeiro do Itapemirim/ES); o Dia Municipal do Jongo de Barra do Piraí/RJ (Lei Municipal N° 2.607/2015).
22

Dia de Santa Rita de Cássia (Jongo do Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis/RJ)

Julho

Primeiro final de semana do mês: Arraial Afro Julino do Jongo Dito Ribeiro, Campinas/SP

26
Festa da Padroeira Nossa Senhora Sant’Ana (Jongo de Pinheiral/RJ) e Dia Estadual do Jongo - RJ (Lei Estadual Nº 6.098/2011)

Setembro

6

Morte do Líder Manoel Congo (1839) (Caxambu Renascer de Vassouras/RJ)

21

Festa da Padroeira da Cidade de São Mateus/ES, com apresentação do grupo de Jongo São Benedito

27

São Cosme e São Damião (Caxambu de Miracema/RJ; Jongo da Serrinha, Madureira/RJ; Jongo de Piquete/SP) e o Aniversário do Mestre Gil (Jongo de Piquete/SP)

30

Festa de Xangô (Jongo da Serrinha, Madureira/RJ)

Novembro

O Dia da Consciência Negra é celebrado em todas as comunidades. Nas ruas, terreiros, quintais, escolas, espaços culturais, nas cidades e nos quilombos lideranças, mestres, jovens e crianças se envolvem em atividades relativas ao mês, à semana e ao dia que homenageia Zumbi dos Palmares.

20

Dia Nacional da Consciência Negra; Festa da Raça (Jongo de Barra do Piraí/RJ); Roda de Jongo na estátua da Mãe Preta - Em frente à igreja São Bendito (Jongo Dito Ribeiro, Campinas/SP); “Sou África em todos os sentidos” – palestras, exposição e apresentações culturais em homenagem ao mês da Consciência Negra (Jongo Dito Ribeiro, Campinas/SP); Procissão de Santa Cecília, da Banda de Música de Arrozal (Jongo de Arrozal, Piraí/RJ)

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Fevereiro

2

Festa de Iemanjá (Jongo do Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis/RJ)

Carnaval: Em muitas comunidades jongueiras, como na Serrinha (Madureira/RJ), em Miracema/RJ, em Guaratinguetá/SP, entre outras, lideranças e mestres possuem fortes vínculos com o Carnaval, com participação ativa na festa.

Abril

2

Aniversário de Mestra Isolina (Caxambu da Velha Rita, Cachoeiro do Itapemirim/ES)

4

Aniversário do Mestre Laudení (Jongo Mistura da Raça, São José dos Campos/SP) e Festa de São Benedito (Jongo de Arrozal, Piraí/RJ; Jongo Mistura da Raça, São José dos Campos/SP)

7

Dia Municipal do Jongo de Pinheiral/RJ (Lei Municipal Nº 044/2013)

8

Aniversário da Mestra Dona Edézia (Jongo de São Benedito, São Matheus/ES)

20

Dia Municipal do Jongo de Arrozal, Piraí/RJ (Lei Municipal Nº 1.217/2015)

23

Procissão de São Jorge (Jongo da Serrinha, Madureira/RJ)

Junho

Em grande parte das comunidades, há Jongo nas festas juninas, nos dias em que se celebram Santo Antônio, São João Batista e São Pedro

5

Homenagem ao Caboclo Bernardo, em Regência/ES (Jongo de São Benedito, São Matheus/ES)

6

Aniversário do Ponto de Cultura do Centro de Referências e Estudos Afro do Sul Fluminense – CREASF (Jongo de Pinheiral/RJ)

13

Santo Antônio (Jongo de Guaratinguetá/SP; Jongo de Piquete/SP); Jongo do Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis/RJ; Caxambu de Miracema/RJ; Jongo do Quilombo São José da Serra, Valença/RJ)

24

São João Batista (Jongo de Guaratinguetá/SP; Caxambu de Natividade/RJ; Jongo do Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis/RJ; Caxambu de Miracema/RJ; Jongo do Quilombo São José da Serra, Valença/RJ)

29

São Pedro (Jongo de Guaratinguetá/SP; Jongo do Quilombo Santa Rita do Bracuí, Angra dos Reis/RJ; Caxambu de Miracema/RJ; Jongo do Quilombo São José da Serra, Valença/RJ)

Agosto

10

Aniversário do Tio Mané (Quilombo São José da Serra, Valença/RJ)

22

Festa da Associação Folclórica (Caxambu de Miracema/RJ), Festa do Folclore (Caxambu de Santo Antônio de Pádua/RJ) e o Festival do Folclore em Conceição da Barra (Jongo de São Benedito, São Matheus/ES)

Outubro

5

Festa de São Benedito (Jongo de Pinheiral/RJ)

6

Aniversário do Tio Juca (Jongo de Barra do Piraí/RJ)

12

Encontro do Bate-Flecha (Caxambu da Velha Rita, Cachoeiro do Itapemirim/ES)

Dezembro

15

Proclamação pública do Registro do Jongo no Sudeste pelo IPHAN (2005), no X Encontro de Jongueiros, realizado em Santo Antônio de Pádua/RJ

17

Festa de São Lázaro (Jongo da Serrinha/RJ)

26

Fincada do Mastro e Festa de São Benedito (Jongo de São Benedito, São Matheus/ES)

30

Aniversário da Tia Maria do Jongo (Jongo da Serrinha, Madureira/RJ)

Referências

de Interesse

O Jongo tem despertado interesse e mobilizado a produção acadêmica. Aqui listamos alguns livros, artigos, teses, dissertações sobre o jongo, assim como algumas referências mais amplas diretamente ligadas às memórias da escravidão e à história da música negra no Sudeste.

ABREU, Martha; MATTOS, Hebe (orgs.)
Pelos caminhos do Jongo/Caxambu: Histórias, memória e patrimônio.
Niterói: UFF. NEAMI, 2008.
http://www.pontaojongo.uff.br/sites/default/files/upload/pelos_caminhos_do_jongo.pdf

 

ABREU, Martha. e MATTOS, Hebe.
“Jongos, registros de uma história”.
In: LARA, S. & PACHECO, G. (org.). Memória do Jongo. As gravações históricas de Stanley J. Stein. Vassouras, 1949. Rio de Janeiro/Campinas, Folha Seca/Cecult, 2007.

https://www.cecult.ifch.unicamp.br/pf-cecult/public-files/publicacoes/101/memoria_do_jongo.pdf  

MATTOS, Hebe; ABREU, Martha.
"Remanescentes das Comunidades dos Quilombos memória do cativeiro, patrimônio cultural e direito à reparação”.
In: Revista Iberoamericana (Madri), 42. P.147-160, 2011.
https://www.iai.spk-berlin.de/fileadmin/dokumentenbibliothek/Iberoamericana/42-2011/42_Mattos_y_Abreu.pdf

MATTOS, Hebe.; ABREU, Martha.; COUTO, Patrícia.
“O meu pai contava...”: tradição oral e identidade negra no sul fluminense.
In: LIMA, Ivana e CARMO, Laura. História Social da Língua Nacional. 2 Diáspora Africana. Nau Editora, Faperj, 2014. 


MONTEIRO, Elaine.
Universidade e comunidades: diálogos de saberes e fazeres em ações de salvaguarda do patrimônio imaterial.
In: MATTOS, Hebe (Org.) História Oral e comunidade: reparações e culturas negras. 1ª ed. São Paulo: Letra e Voz, 2016, p. 73-94. 
https://www.letraevoz.com.br/produtos/historia-oral-e-comunidade-reparacoes-e-culturas-negras-hebe-mattos-org/

MONTEIRO, Elaine; SACRAMENTO, Mônica.
Pontão de Cultura de bem registrado e
salvaguarda de Patrimônio Imaterial: a experiência do Jongo no Sudeste.
Políticas culturais: teorias e práxis.
http://www.pontaojongo.uff.br

AGOSTINI, Camilla.
Africanos no Cativeiro e a Construção de Identidades no Além-Mar: Vale do Paraíba, século XIX.
Dissertação de Mestrado – Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Campinas – SP, 2002.
https://www.researchgate.net/publication/

 

ANDRE, Marcos.
Jongo do Quilombo São José.
Rio de Janeiro: SESC Rio, 2004.

 

BERNARDO, Delcio José. 
Jongo, espaço de construção de identidade: afinando os pontos com a escola.
In: LIMA, Ivana e CARMO, Laura. História Social da Língua Nacional. 2 Diáspora Africana. Nau Editora, Faperj, 2014. 
http://rubi.casaruibarbosa.gov.br

CRUZ, Luis Paulo Alves.
O jongo e o moçambique no Vale do Paraíba (1988 2014): cultura, práticas e representações.
Dissertação de mestrado História. PUC/SP, 2015.
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/12891

DIAS, Paulo.
“Feitiço das Palavras – a arte dos pontos de jongo.”
In: VIII Encontro de Jongueiros, Guaratinguetá / SP, 21e 22 de novembro de 2003. 

DIAS, Paulo.
O lugar da fala conversas entre o jongo brasileiro e o ondjango angolano.
In: Rev. Inst. Estud. Bras. [online]. 2014, n.59, pp.329-368.
https://www.scielo.br/pdf/rieb/n59/0020-3874-rieb-59-00329.pdf

 

FALCÃO, Andrea Rizzotto. 
Novas demandas, outros desafios. Estudo sobre a implementação da política do patrimônio imaterial no Brasil.
Tese (Doutorado em Ciências Sociais) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2011.
http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=8427

 

GANDRA, Edir.
Jongo da Serrinha: do terreiro aos palcos.
Rio de Janeiro: Giorgio Gráfica Editora/UNIRIO, 1995.

 

GUIMARÃES, Aíssa Afonso e OLIVEIRA, Osvaldo Martins de (Orgs.).
Jongos e Caxambus: culturas afro-brasileiras no Espírito Santo.
1ª ed. - Vitória: UFES, PROEX, 2017.


LARA, Silvia e PACHECO, Gustavo (orgs.).
Memória do Jongo: as gravações históricas de Stanley J. Stein, Vassouras, 1949.
Rio de Janeiro, Folha Seca; Campinas, SP, CECULT, 2007.

https://www.cecult.ifch.unicamp.br/pf-cecult/public-files/publicacoes/101/memoria_do_jongo.pdf 

NASCIMENTO, Alvaro. 
Jongo da Serrinha: performance negra, violência urbana e mudança social numa comunidade carioca (2003-2010).
In: ABREU, M., XAVIER, G. MONTEIRO, L., BRASIL, E. Cultura Negra, novos desafios para os historiadores. Niteroi, Eduff, 2018.
http://www.eduff.uff.br/ebooks/Cultura-negra-1.pdf

 

OLIVEIRA, Luana. 
Entre o silêncio e o reconhecimento oficial: como se escrever (ou se escreveu) a história do jongo/caxambu em Barra do Piraí.
In: ABREU, M., XAVIER, G. MONTEIRO, L., BRASIL, E. Cultura Negra, novos desafios para os historiadores. Niteroi, Eduff, 2018.
http://www.eduff.uff.br/ebooks/Cultura-negra-1.pdf

 

PENTEADO JUNIOR, Wilson Rogério.
Jongueiros do Tamandaré: um estudo antropológico da prática do jongo no Vale do Paraíba Paulista (Guaratinguetá – SP).
Dissertação de Mestrado – Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Campinas – SP, 2004.
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Jongueiros%20do%20Tamandar%C3%A9.pdf

 

PEREZ, Carolina dos Santos Bezerra.
Juventude, música e ancestralidade na comunidade jongueira do Tamandaré – Guaratinguetá / SP.
In: Revista Imaginário, Vol 11, N. 11. São Paulo: Instituto de Psicologia / Laboratório de Estudos do Imaginário / Universidade de São Paulo – USP, dezembro de 2005.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-666X2005000200012

 

RIBEIRO, Alessandra. 
Matriz africana em Campinas: territórios, memória e representação.
Doutorado em Arquitetura. PUC/Campinas. 2016.
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Serra, Serrinha, Serrano: o império do samba.
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Acervos

de Referência

Desde 2003, todo nosso material de pesquisa produzido em audiovisual vem sendo arquivado no Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI) e hoje grande parte dele pode ser consultado online. A continuidade da parceria com comunidades jongueiras e quilombolas também permitiu a construção de um banco de dados sobre os lugares de memória do tráfico e da escravidão africana no Sudeste, assim como de um projeto de Turismo de Memória (Passados Presentes).

Website:


http://www.ufjf.br/labhoi/projetos/historia-oral/acervo-uff-petrobras-cultural/

 

Arquivo online do acervo de história oral do LABHOI/UFF. Reúne entrevistas com camponeses negros descendentes da última geração de africanos escravizados no estado do Rio de Janeiro (no litoral e nas fazendas cafeeiras do Vale do Paraíba) e performances de suas manifestações culturais de verso, música e dança (jongos, calangos e folias de reis). São 150 registros realizados entre 2003 a 2007, sob a coordenação de Hebe Mattos e Martha Abreu.

Website:

http://passadospresentes.com.br/site/Site/index.php

O Projeto Passados Presentes, Memória da escravidão no Brasil, em parceria com as comunidades, desenvolveu aplicativos para celular e construiu exposições permanentes no quilombo do Bracuí, no quilombo de São José da Serra, na cidade de Pinheiral e na Pequena África (apenas aplicativo), no estado do Rio de Janeiro, com objetivo de reconhecer suas histórias e estimular o turismo de memória. Também reúne um banco de dados com informações sobre o patrimônio imaterial do estado do Rio de Janeiro, tais como rodas de capoeira, grupos de jongo e quilombos, acrescidas de verbetes dos 100 lugares de memória da escravidão no Brasil, fruto do Projeto Rota do Escravo da UNESCO (2014). Coordenação: Hebe Mattos, Martha Abreu e Keila Grinberg.

 

Contatos das comunidades quilombolas para agendamento de visitas
(Favor fazer os contatos por mensagens de WhatsApp):

Pinheiral – CREASF (Centro de Referência de Estudos Afro do Sul Fluminense):
Maria de Fátima da Silveira Santos (24 – 99221 – 7212) e Maria Amélia da Silveira Santos (24 – 99309 – 7189)

Quilombo Santa Rita do Bracuí:
Marilda de Souza Francisco (24 – 98817 – 2696) e Raísa de Souza Francisco (24 – 99946 – 7595)

Quilombo São José da Serra:
Antônio do Nascimento Fernandes (24 – 98186 5003) e Almir Fernandes (24 – 99977 – 5926)

 

Vídeos sobre o Projeto:

Criando Passados Presentes. https://vimeo.com/161310933

Turismo em Terra de Jongueiro: https://www.youtube.com/watch?v=9N0xIcoiVNc 

realização

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